06 outubro, 2009

Desaguar

A moça ali no meio da rua a gritar impropérios, a moça ali dançando de baixo da chuva não parava de gritar. Era um grito mudo, silenciado pela cadência de seus passos. Se ela ri e chora assim, há de ser a alma e ai nesse caso não há doutor que dê jeito. A tal da menina tinha medo da loucura e na ironia do cotidiano nem viu que a insensatez é a rota de quem sente. Alguém passa por ela não a vê,um outro observa e não compreende.
E quem é que entende uma dor assim? 
Ana Fenner

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