14 dezembro, 2009

Vazio

Perdoe-me essas lágrimas que desabam assim tão audaciosas. Perdoe-me estas mãos que tremem tão desmedidas. Dentro de mim chove fininho e aqui fora tem um sol que não me aquece. Sou tão pequena diante do mundo, sou tão menina diante de você. Meus passos se perdem de mim e eu de susto fecho os olhos, podia ser eu uma criança. Podia ser eu qualquer coisa de inaudível, assim meu choro não corromperia tua armadura. Deixe-me ficar cinco minutos mais nesse que foi outrora o lugar de minhas euforias, deixe me descansar um pouco mais nesse que antes se parecia tanto com meu lar. Veja, minhas lembranças estão em cada pedacinho, estão no ladrinho quebrado, na panela furada, estão andando por ai descalço. Descalço de mim sigo sem rumo.
Ana Fenner

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