26 março, 2011

Do outro lado da rua

Não teve quem não visse a menina do outro lado da rua a gritar impropérios. Não teve quem não a julgasse escandalosa, insensata e até um pouco vulgar.
A menina do outro lado da rua a gritar impropérios.
Ninguém ousou lhe perguntar o motivo, ninguém desconfiou da tristeza que ela levava consigo, nem tão pouco, lhe adivinharam as lagrimas. Tive vontade de entrar em sua defesa, era só uma menina ora bolas, era só uma menina a derramar a sua paixão em palavras duras.
Ninguém ali sabia, apenas conjecturavam sobre o amor e suas desmedidas. Ninguém ali ousou dizer àquela menina, que o teu pranto ficaria melhor num samba canção.
ANA FENNER

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