Na verdade quando fazemos aniversário estamos encerrando a idade que dizemos fazer, quando se faz um ano você esta na verdade terminando seu primeiro ano de vida e se preparando para viver o segundo. Seguindo este raciocínio reverso vou criando expectativas sobre como é viver o vigésimo quarto ano. Bem tenho que dizer que durante os vinte e três que é a idade que completei a alguns dias me tornei uma estranha diante do espelho e dos amigos que são talvez o reflexo mais honesto de nós mesmos. Esta estranha não surgiu de repente ela se insinuou discretamente por entre meus gestos e atos, ela se ofereceu com suas olheiras a transformar meu rosto, foi tomando conta de mim, fazendo com que me desencontrasse do que um dia eu fui. Agora festejo com alguns quilinhos a mais tanto na estrutura física como na alma, levo um ar de quem se perdeu, se transformou, perdeu e finalmente se encontrou, quase que nesta ordem. Mostro-me mais mulher agora, com a certeza do que quero , de quem sou e do que fui. Não, não me tornei mais forte, nem mais decidida, me tornei apenas o que sou com falhas e acertos, com ganhos e perdas. E se você nunca perdeu me diz como é que vai achar? Do caos surge a luz.
Ana Fenner
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