01 novembro, 2011

Quem é esta estranha, que me encara no espelho do banheiro?
Foi de madrugada, que com espanto, não me reconheci no reflexo esfumaçado do espelho. 
Estaria eu então, vivendo a metamorfose de Kafka ou estaria como H.G., de Clarice, experimentando o absurdo do despertar. Não, não é isso. Foi o estrondoso grito do silêncio, incapaz de acordar toda casa, mas berrando aos meus ouvidos. Foi um baque, um vidro estilhaçado, pedra atirada, o impacto da bala rompendo o ar e me atingindo...não tem volta.
A estranha do banheiro, descumpri as regras e me questiona: e agora?
E agora...agora não tem volta.