20 setembro, 2009

Isso


É o caos. É a roda gigante da vida. É o medo do futuro. É ele e ainda sou eu. São os jogos que já não vejo. É essa impaciência nata. É meu cabelo que não se ajusta. É o peso que não baixa. É saudade que não cura. É teu cheiro dentro do ônibus. É minha revolta silenciada. É o prejuízo que ninguém paga. É o trânsito caótico. É a desordem da casa. É pé no chão.

Sou eu mesmo sim senhor.
Ana Fenner
Uma canção que me inundou, em um domingo de manhã. Claro que muito mais linda quando a gente ouve:

QUANDO FUI CHUVA
( Luis Kiari e Caio Soh )

"Quando já não tinha espaço pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer acomodei
Minha dança os meus traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha e assim ser tua
Quando já não procurava mais
Pude enfim, nos olhos teus vestidos d’água
Me atirar tranqüila daqui
Lavar os degraus, os sonhos e as calçadas
E assim no teu corpo eu fui chuva
Jeito bom de se encontrar
E assim no teu gosto eu fui chuva
Jeito bom de se deixar viver
Nada do que eu fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo
rosto

E só sossega quando encontra a tua boca
E mesmo que em ti me perca
Nunca mais serei aquela
Que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela
Quando já não procurava mais
Pude enfim, nos olhos teus vestidos d’água
Me atirar tranqüila daqui
Lavar os degraus os sonhos e as calçadas
E assim no teu corpo eu fui chuva
Jeito bom de se encontrar
E assim no teu gosto eu fui chuva
Jeito bom de se deixar viver "


Altar Particular
Maria Gadú

"Meu bem que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz
No teu penoso altar particular
Sei lá, a tua ausência me causou o
caos
No breu de hoje eu sinto que
O tempo da cura tornou a tristeza normal
E então, tu tome tento com meu
coração
Não deixe ele vir na solidão
Encabulado por voltar a sós
Depois, que o que é confuso te deixar
sorrir
Tu me devolva o que tirou daqui
Que o meu peito se abre e desata os nós
Se enfim, você um dia resolver
mudar
Tirar meu pobre coração do altar
Me devolver, como se deve ser
Ou então, dizer que dele resolveu
cuidar
Tirar da cruz e o canonizar
Digo faço melhor do que lhe parecer
Teu cais deve ficar em algum lugar
assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim
Onde ancoraste teu veleiro em flor
Sem mais, a vida vai passando no
vazio
Estou com tudo a flutuar no rio esperando a resposta ao que chamo de
amor"

17 setembro, 2009

"É PRECISO TER O CAOS EM SI MESMO PARA SER CAPAZ DE DAR À LUZ UMA ESTRELA DANÇANTE"

15 setembro, 2009

Da matéria e do ser

Eu sou um coração errante.
Sou coragem e covardia.
Eu sou uma força bruta.
Sou mulher que dança a beira do abismo.
Eu sou verdade e perdição.
Sou carne, osso e sentimentalismo barato.
Conto casos e promovo o caos.
Sou saudades e esquecimento.
Sou a menina descalço e de cabelos longos.
Sou a que bebe por luxo, a que clama por salvação.
Eu sou o que o vento não leva.
Sou giz e sou carvão.
Ana Fenner

13 setembro, 2009

Por tudo e por nada

Que o cisco não impossibilite minha visão
Que mesmo diante da dor eu não endureça
Que o que escutei seja estimulo e não prisão
Que mesmo descrente ainda tenha fé no amor
Que mesmo sozinha nunca me sinta abandonada
Que a saudade que sinto não crie esse abismo em mim
Que a minha perseverança não se confunda com covardia
Que as pedras do caminho não impeçam minha caminhada
Que eu possa olhar indistintamente o outro como meu irmão
Que os acontecimentos que me tem ocorrido não me paralisem
Ana Fenner