01 março, 2009

Fragmentos


Resquícios de uma noite mau dormida. Resquícios de uma vida adormecida.
Os meus olhos ainda procuram os dele quando acordo, e se eu sonho seu abraço se torna real.
É minha face no espelho que se recusa a acreditar, as olheiras me parecem tão injustas.

Escuto passos pela casa são todos que estavam aqui ainda ontem com outras máscaras,
uma vida reinventada, recontada...uma noite desperdiçada.

Meus pés estão sobre um chão sujo e gélido e eles me transferem para a realidade e ai posso
me ver de frente,ali em pé parada com a velha estranha sensação de não pertencimento.
A insensatez de lágrimas que já não escorrem, a lucidez de se perder dos outros.

É o meu telefone que toca insistentemente as quatro horas da manhã, sou eu tomando susto,
sou eu no mesmo telefone horas antes tendo por companhia um amigo.
São só resquícios de uma noite e eu não entendo porque nem sempre é fácil deitar e esquecer.
E não entendo porque existem loucuras permitidas e as de outros é inibida e proibida.
Ana Fenner

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